Ichimoku Clouds


Ainda antes da Segunda Guerra mundial, um jornalista japonês com pesudônimo “Ichimoku Sanjin” (um olhar através da montanha) desenvolveu o indicador que se tornou conhecido como “Ichimoku Clouds“. Apesar de ser composto por várias curvas (cinco no total), são as “nuvens” que chamam a atenção. Se no Candlestick os preços de abertura e fechamento são os mais importantes, no Ichimoku a ênfase é nos preços de Máximo e Mínimo; na verdade, nos pontos médios entres estes dois extremos.
As duas primeiras curvas do Ichimoku tem um comportamento semelhante a duas médias móveis, uma de curto e outra de longo prazo. Porém não é utilizado o preço de fechamento. Cada ponto da curva é obtido pelo cálculo da média entre o maior Máximo e menor Mínimo dos últimos 9 dias, e no caso da segunda curva, 26 dias.
A terceira curva é um gráfico de linha do preço de fechamento, mas “retardado” em 26 dias.
A quarta e quinta curvas definem as “nuvens”. A quarta curva é simplesmente a média das duas primeiras (9 e 26 dias), mas “adiantada” em 26 dias. A quinta curva é igual a primeira, mas com período de 52 dias, e também é graficada “adiantada”, com deslocamento de 26 dias para a frente.

Identifique as curvas no gráfico abaixo (IBOV diário).




Estratégias
Comece pelas “nuvens”, ou seja, a curva 4 (denominada Senkou Span A) e a curva 5 (denominada Senkou Span B). Elas determinam uma “região” de suporte ou resistência. Diferentemente do convencional, o rompimento do suporte ou resistência não depende de um único preço; tem que ultrapassar um intervalo de preços. Este intervalo pode ser mais largo ou estreito, e consequentemente mas difícil ou mais fácil de ser rompido. Lembra do fundamento de que níveis de suporte e resistência passados tendem a se repetir no futuro? Pois bem, no Ichimoku isto ocorre de fato. O deslocamento das curvas (26 períodos para a frente) permite uma visualização real dos níveis futuros de suporte e resistência. Outra característica importante das “nuvens” é que elas permitem verificar rapidamente (Ichimoku quer dizer “um único olhar”) qual é a tendência do preço. Se o preço estiver acima da “nuvem” (neste caso uma referência de suporte) a tendência é de alta. Se estiver abaixo da nuvem (neste caso uma resistência) a tendência é de baixa.
As curvas 1 (Tenkan Sen) e 2 (Kijun Sen) são bem mais rápidas e definem o “timing” de entrada ou saída de uma operação. O cruzamento destas curvas determina pontos de entrada e saída. Também é válido considerar o cruzamento entre o preço e a curva 2 (mais longa). O fundamento é o mesmo do cruzamento convencional entre uma média móvel curta e uma média móvel longa. O cruzamento indica ganho de “momentum”;  sinalização da força necessária para iniciar uma tendência. Porém é muito importante que o cruzamento ocorra na direção da tendência definida pelas “nuvens”. Todas as curvas do ichimoku precisam estar alinhadas.
Para finalizar observe a curva 3 (Chikou Span). Se as curvas anteriores sinalizarem uma alta, a posição atual da curva Chikou (curva do preço atual deslocada 26 períodos para trás) precisa estar acima da curva real do preço. É uma forma visual de comparar o preço atual com um período passado. Se o preço atual está acima deste preço anterior, então há potencial de alta, pois o preço tende a manter a sua direção.
A incursão ao passado (Chikou Span) e ao futuro (“nuvens”) permite uma melhor compreensão do gráfico atual. As pessoas mais “experientes” devem lembrar daquela série de TV “O Túnel do Tempo”. Se você puder “vivenciar de fato, o passado e o futuro”, terá informações “privilegiadas” para decidir o que fazer no momento presente. Esta é uma das características mais marcantes do Ichimoku. A outra é a integração dos conceitos de tendência, “momentum” e suporte e resistência. O Ichimoku representa a integração completa dos fundamentos da análise técnica. Com um “único olhar” você vê tudo. É a vista a partir do topo da montanha (Ichimoku Sanjin).

Conclusão
O método Ichimoku utiliza a estratégia de seguir uma tendência. O objetivo não é “descobrir” topos e fundos. Muito pelo contrário, a estratégia é “pegar” a tendência já iniciada (perde-se o lucro inicial) e sair depois que ela já “virou” (devolve parte dos lucros). Portanto é preciso saber escolher as ondas, tem que pegar uma onda grande, senão não vai valer a pena surfar. A utilização da média de máximos e mínimos (em contrapondo ao uso convencional da média dos fechamentos) permite avaliar melhor a força de uma tendência. Afinal este preços (o máximo e o mínimo) representam melhor a volatilidade, necessária para ocorrer um movimento do preço. Lembre-se que uma tendência de alta é formada por fundos (mínimos) ascendentes e uma tendência de baixa por uma sucessão de topos (máximos) descendentes. Ao utilizar essencialmente os valores médios dos máximos e mínimos, Ichimoku Sanjin encontrou uma forma diferente e talvez melhor, para avaliar a força de uma tendência, principal fundamento da análise técnica.

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