quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Ano Velho, Ano Novo


O Ibovespa fechou em baixa de -1,27% aos 67.870 pontos. Com esta queda voltou  a ficar negativo em -1,05% no acumulado anual. O ano está acabando, e mesmo que ocorra uma recuperação, dificilmente a Bolsa vai render mais que outras alternativas de investimento. Quem comprou as principais bluechips no final do ano passado (depois de um lucro astronômico de +82,66% em 2009) e manteve a carteira ("buy & hold"), não vai comemorar 2010. O ganho esperado, se houver, foi adiado para 2011. Ou para 2012, ou 2013, ou 2014...

Após o fechamento de ontem a PETR4 acumula prejuízo de -28,93%, mas a VALE5 tem um ganho anual de +21,71%. No setor de consumo a LAME4 está negativa em -1,64%, mas a LREN3 acumula ganho de +47,64%. Entre as "small caps" a POMO4 é o grande destaque positivo com +115,42%. Na análise "retrospectiva" é muito fácil justificar as perdas e os danos. "Devia ter escolhido tais e tais ações. Como fui burro! Ou, como fui sortudo!"
A verdade é que não dá para saber o que vai acontecer em um ano. Os cenários mudam com muita frequência e cada vez mais rápidos. E se aumentar o prazo, só piora. Você sabe como vai estar o mundo daqui a 5 anos?
A alternativa é investir de forma mais ativa, com prazos mais curtos. Dá mais trabalho, mas também há mais oportunidades (fundamental). Isso não significa "ficar grudado" no terminal acompanhando a Bolsa em tempo real. É muito estressante e pouco produtivo. Vale mais fazer uma análise diária, com a tranquilidade dos "gráficos estáticos".Fique posicionado alguns dias, ou quem sabe até algumas semanas. As oportunidades surgem o tempo todo. Não "case" com o papel.

Depois do exposto acima, posso apenas prever que 2011 vai ser mais um ano de muito trabalho e dedicação no acompanhamento diário dos mercados. Este ano, e particularmente nos últimos meses adotei um novo paradigma para a análise e recomendações de ações, seja no conteúdo ou na forma. O "feedback" foi muito positivo, e é a minha principal motivação para continuar e aprimorar o serviço em 2011. Mas agora é hora de um descanso. Volto em 3 de janeiro. Por ora, fica o meu agradecimento a todos os que acompanham este blog, e o convite para um novo "convívio" diário no próximo ano.
Um grande abraço a todos e um brinde a 2011! (com um bom vinho tinto!)


quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Small Caps


Após dois pregões consecutivos de alta, o Ibovespa voltou a fechar em baixa de -0,55% aos 68.743 pontos. O índice se descolou do Dow Jones que fechou em alta de +0,42% (nova máxima anual). O motivo do deslocamento pode ser a "briga" entre comprados e vendidos no índice futuro cujo vencimento ocorre no pregão de hoje. Os vendidos pressionam as principais bluechips da bolsa, pois são as ações com maior peso no cálculo do Ibovespa. Na próxima segunda-feira é a vez do vencimento de opções de Petrobrás e Vale. Novamente entra em jogo uma disputa onde os principais protagonistas são as duas principais bluechips da Bolsa.
"Do lado de fora", como ilustra a foto de Thomaz Farkas (Estádio do Pacaembú - 1941), as pequenas empresas não participam diretamente deste jogo. O índice Small Caps (SMLL) fechou em alta de +0,26%. No ano o SMLL acumula uma valorização de +20,10% contra +0,23% do Ibovespa. O índice tem uma participação de apenas 15% do valor de mercado da Bolsa, mas isso não significa pouca liquidez ou reduzido número de negócios. Muitas "small caps", como por exemplo as do setor imobiliário, tem um "free-float" bastante elevado (percentual de ações efetivamente negociado no mercado) e que dá liquidez para negociações de curto prazo.

As "small caps" podem ser uma opção para acompanhar o cenário mais positivo lá fora. Há boas oportunidades para alguns papéis que caíram muito e agora demonstram uma reação compradora. São operações "contra a tendência" e por tanto de maior risco (veja algumas indicações no vídeo abaixo).

As recomendações são baseadas em uma análise subjetiva, o investidor deve avaliar cada uma delas de acordo com o seu perfil de risco; cabe a cada investidor a decisão final e a responsabilidade pelos resultados.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Rally de Natal?


O Ibovespa fechou em alta de +1,15% aos 69.126 pontos. A VALE5(+1,84%) e o setor siderúrgico reagiram positivamente às notícias vindas da China (não vai subir os juros), e agora temos uma real possibilidade de um "rally" de final de ano, quem sabe antes do Natal. O Ibovespa se aproximou novamente da sua média de 20 dias (referência de resistência) e tem grande chance de ultrapassá-la. A alta de ontem não foi generalizada, mas além da siderurgia (diretamente afetada pela China), outros setores como o imobiliário também sinalizaram forte reação compradora.
No "front" externo o índice Dow Jones voltou a fazer uma nova máxima anual, mas recuou no final do pregão. Mesmo assim fechou com alta de +0,16%. O gráfico do Dow Jones tem um viés mais positivo do que o gráfico do Ibovespa. Se depender de Nova York, o viés positivo do Ibovespa fica mais forte. Na agenda de hoje, o senado norte-americano deve aprovar a prorrogação do corte de impostos por mais dois anos (vai estimular o consumo). Mais tarde, às 17:15 horas de Brasília, o mercado aguarda um comentário do FED, ao final de mais uma reunião em que deve manter a taxa básica de juros. Se não houver nenhuma surpresa (negativa), os mercados devem subir e quem sabe manter a "tradição" do "rally" de final do ano.

No cenário de aposta na recuperação dos mercados, há boas oportunidades para alguns papéis que caíram muito e agora demonstram uma reação compradora. São operações "contra a tendência" e por tanto de maior risco (veja algumas indicações no vídeo abaixo).

As recomendações são baseadas em uma análise subjetiva, o investidor deve avaliar cada uma delas de acordo com o seu perfil de risco; cabe a cada investidor a decisão final e a responsabilidade pelos resultados.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O jogo é parecido, mas a estratégia é bem diferente


O Ibovespa fechou o pregão de sexta-feira em alta de+0,68% aos 68.342 pontos. Os compradores finalmente reagiram depois de 4 quedas consecutivas e assim defenderam o suporte de 67.700 pontos. Nos EUA o Dow Jones fechou em alta de +0,35% e se aproximou novamente da máxima do ano. Os indicadores econômicos nos EUA e Europa favoreceram a alta nos mercados. A alta foi modesta devido a preocupações com a China. No sábado a China divulgou a inflação de novembro. O índice anualizado de 5,1% veio acima do esperado (+4,7%), mas o governo sinalizou que não vai aumentar os juros (ao menos por enquanto). A justificativa é de que a taxa chegou ao topo e deve diminuir já no próximo mês. No pregão desta segunda-feira, o índice da Bolsa de Shangai fechou com expressiva alta de +2,88%. Se a preocupação era o aumento de juros na China...
É claro que não é tão simples assim. A lógica dos mercados é mais complexa. A China sob muitos aspectos ainda é um mistério. O modo de pensar é diferente. Os jogos são parecidos, mas não são os mesmos. O xadrez chinês também tem as mesmas 16 peças do jogo ocidental. Mas o movimento de cada peça é diferente. Em vez de um rei, há dois generais. Isso muda toda a estratégia. Eles não pensam como a gente.

No cenário de aposta na recuperação dos mercados, há boas oportunidades para alguns papéis que caíram muito e agora demonstram uma reação compradora. São operações "contra a tendência" e por tanto de maior risco (veja algumas indicações no vídeo abaixo).

As recomendações são baseadas em uma análise subjetiva, o investidor deve avaliar cada uma delas de acordo com o seu perfil de risco; cabe a cada investidor a decisão final e a responsabilidade pelos resultados.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Tem touro na "linha"?

O Ibovespa fechou em baixa de -0,43% aos 67.880 pontos, muito próximo da linha de suporte nos 67.700 pontos. Quem ajudou a defender o suporte foram as bluechips PETR4(+1,60%), VALE5(+0,43%) e GGBR4(+2,19%). Entretanto os dados de importação e exportação chineses em novembro (divulgados nesta madrugada) foram bem acima do esperado, e reforça a perspectiva de um aumento de juros. Neste caso as empresas que exportam para a China podem ser prejudicadas.
Todos os índices setoriais fecharam em baixa, exceto o ITEL(+0,52) do setor de telecomunicações. O ITEL é negociado próximo à linha de suporte nos 1.390 pontos e mostrou novamente estar disposto a defendê-la (tem touro na linha?).
Nos Eua, o índice Dow Jones fechou estável em -0,02%. O Dow forma candles de equilíbrio ("spinning tops" e "dojis") há 5 pregões consecutivos. Este padrão favorece os compradores (touros) que sustentam a alta obitda nos dois pregões iniciais de dezembro. Assim permanece a expectativa de retomada da alta, o que resultaria no tradicional "rally" de final de ano.
Entretanto o cenário para a Bovespa continua favorável aos vendedores. As oportunidades de compra no curto prazo existem, mas são operações "contra a tendência" e por tanto de maior risco (veja algumas indicações no vídeo abaixo).

As recomendações são baseadas em uma análise subjetiva, o investidor deve avaliar cada uma delas de acordo com o seu perfil de risco; cabe a cada investidor a decisão final e a responsabilidade pelos resultados.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

A arte da defesa


Começou ontem em Londres, um tradicional torneio de xadrez que reúne os melhores jogadores do mundo. Participam o atual campeão mundial, o indiano Anand (Índia e China são as novas potências no xadrez, e na economia também!), e o primeiro do rating atual, o norueguês Magnus Carlsen (foto) de apenas 20 anos (velhice é bom só para o vinho). Representando o xadrez russo (que não tem mais a hegemonia do xadrez) participa o ex-campeão mundial Krammik. Participa também o melhor jogador americano (amerisiático?) da atualidade, Hikaru Nakamura! E finalmente 4 jogadores ingleses (privilégio dos "donos do tabuleiro"!).

Uma das grandes virtudes de um campeão de xadrez é reconhecer quando está em desvantagem no jogo. Nesta situação é prioritário se defender e esperar pacientemente por uma oportunidade de contra-ataque ("recuar para saltar melhor"). Se a defesa for bem sucedida (ou o ataque fracassar) é possível retomar a iniciativa. O atacante, ao apostar no xeque-mate, deixa muitas debilidades na sua própria defesa. Nesta situação, de inversão de ataque para a defesa, a derrota é quase certa. Então, antes de iniciar um ataque, de tomar a inicitiva, é necessário estar "seguro" da sua vantagem. Muitas vezes, é um caminho sem volta.

Na Bovespa, os vendedores tem a iniciativa no curto prazo. Depois de atingir o topo dos 73.000 pontos (no início de novembro), o Ibovespa corrigiu até o nível de 67.700 pontos. Neste nível os compradores já demonstraram força por 2 vezes e assim "construiram uma defesa" que chamamos tecnicamente de suporte. Após a queda de ontem (-1,68%) o índice se aproximou novamente do suporte e por tanto os compradores podem "comparecer" novamente. Uma nova defesa do suporte cria uma base para um "contra-ataque" da parte dos compradores. Nesta situação deve-se ficar atento às oportunidades de compra. Mas não se precipite. É preciso ser paciente ao avaliar se o viés realmente passou para o lado dos compradores.


Veja o vídeo com a análise dos principais índices e ativos da Bovespa.

As recomendações são baseadas em uma análise subjetiva, o investidor deve avaliar cada uma delas de acordo com o seu perfil de risco; cabe a cada investidor a decisão final e a responsabilidade pelos resultados.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Estrela cadente?


Ontem, no início do pregão, o Ibovespa chegou a subir +1,5%. Deu a impressão de uma retomada da forte alta (+2,42%) ocorrida no primeiro pregão de dezembro. Afinal, a tradição do "rally" de final de ano não seria quebrada. Mas a alegria não durou mais do que uma hora. A aproximação da resistência dos 70.800 pontos atraiu um forte movimento de vendas. A pressão vendedora foi consistente até o leilão de fechamento. O Ibovespa fechou na mínima do dia, em baixa de -0,31% aos 69.338 pontos (uma perda intradiária de quase 1.500 pontos). Nos EUA, o índice Dow Jones chegou a atingir a máxima do ano, mas também devolveu todo o ganho intradiário, para fechar estável em -0,03%.

O movimento do Ibovespa, caracterizado por uma forte alta inicial seguida de uma reversão ainda maior, caracteriza o padrão candlestick "estrela cadente". Graficamente observamos uma longa sombra superior e um pequeno corpo real na parte inferior do candle. Esta figura aparece durante um movimento de alta e próximo a um topo ou uma resistência. A abertura em GAP de alta, uma longa sombra superior e um corpo real pequeno e negativo, reforçam a sinalização de reversão do movimento altista. A figura representa inicialmente uma forte realização de lucros da parte dos compradores. Entretanto, a continuidade das vendas no pregão seguinte pode significar uma inversão do movimento de alta, principalmente se acompanhado por um aumento significativo de volume.

A proximidade do topo no Dow Jones trouxe de volta a maior presença dos vendedores. No pregão de ontem os compradores não tiveram forças para reagir. A primeira batalha foi vencida pelos vendedores. Hoje os compradores tem outra chance de mostrar a sua força. Pode ser um dia decisivo para mostrar quem afinal tem o controle do mercado. Por enquanto o poder ainda está nas mãos dos ursos (vendedores).

Apesar do cenário pouco favorável para os compradores, vale a pena "ficar de olho" em algumas raras oportunidades. Veja o vídeo com a análise das ações recomendadas.

As recomendações são baseadas em uma análise subjetiva, o investidor deve avaliar cada uma delas de acordo com o seu perfil de risco; cabe a cada investidor a decisão final e a responsabilidade pelos resultados.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O dólar, a bolsa e os juros


Em um dia de pregão morno na Bovespa e também para os contratos de juros, o destaque foi a expressiva queda do dólar.O contrato futuro rompeu a referência de suporte representada pela mínima de novembro, e já se aproxima da mínima de outubro (e também a mínima do ano). As medidas tomadas para conter a baixa do dólar tiveram um efeito temporário (a charge da Folha é desta época - meados de outubro), e cá estamos nós de volta ao "fundo do poço".
A perspectiva de alta dos juros provocou um "rally" de alta nos contratos  futuros no mês de novembro, e pode ter sido um catalisador para a queda do dólar. Mas após a decisão sobre o aumento do compulsório (e consequente ajuste dos contratos de juros) o dólar manteve a trajetórica de queda, que já ocorre há 6 pregões consecutivos.
No último pregão de novembro o volume na Bovespa foi bastante expressivo (a alta só ocorreu no pregão seguinte) e pode ser justificado por uma atuação mais forte do capital estrangeiro (com a liquidação financeira em D+3). Ontem (dia de baixo volume na bolsa) o dólar abriu em alta, mas após o rompimento do suporte a queda se acentuou, talvez estimulada pelo "zeração" dos comprados que foram "estopados".
Amanhã tem a decisão do COPOM (após o fechamento dos mercados), mas hoje parece não haver mais motivos para o dólar cair. Ou tem? Apesar da forte integração entre os mercados de bolsa, câmbio e juros, as relações não são lineares. A complexidade é grande, não dá para concluir e fazer uma previsão confiável. Olhando para o gráfico, o viés continua baixista. Mas aqui também há divergência, os "contra a tendência" apostam na reversão da baixa. Seja fundamentalista ou grafista, sempre será mais fácil justificar o passado (como acabei de fazer!). Mas, "fazer uma previsão é muito difícil, especialmente sobre o futuro" (Niels Bohr - físico, precursor da mecânica quântica).

Veja o vídeo com a análise gráfica dos principais indicadores da Bovespa.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Trading Systems: substituto ou "aliado"?




Muitas estratégias de negociação de ações podem ser programadas em um computador. O programa é basicamente a codificação de regras muito objetivas (senão o computador não entende) para comprar e vender. O computador monitora o "sobe-e-desce" da Bolsa. Quando a condição estabelecida ocorre, a ordem é executada automaticamente. Não há "estresse", não há dúvidas, não há sentimento. Mas há lucro?
Durante o desenvolvimento de um modelo mecânico as regras são testadas e "otimizadas" com base nas cotações históricas de cada papel. Se a simulação resultar em um lucro excepcional, desconfie. Você provavelmente "ajustou" as variáveis de uma forma muito particular, totalmente dependente dos dados passados. No futuro o resultado vai ser bem diferente.
Para que a peformance passada tenha grande probabilidade de se repetir no futuro, as regras de compra e venda precisam ser "robustas". As regras devem ser simples e bem fundamentadas (tem que ter uma lógica), e quanto menos regras, melhor.
Você desenvolveu um sistema "robusto", mas terá a disciplina pra seguí-lo? Todo sistema tem um período de "vacas magras". Não dá para ganhar todo dia. Quanto maior a rentabilidade do sistema (no longo prazo) maior a ocorrência de perdas maiores no curto prazo. Também é comum a ocorrência de muitas perdas sucessivas; um verdadeiro teste de crença ou fé absoluta no seu sistema.

Aliado e não substituto
No cenário descrito acima as dificuldades parecem imensas, mas existe um "caminho do meio". Pense no "trading system" como um aliado, e não como um substituto para o processo de decisão humano. Utilizado de forma adequada, a máquina ou a tecnologia podem extender a capacidade e a produtividade da mente humana. Mas, como?
As regras de um "trading system" podem ser aplicadas de forma rápida e consistente a um grande número de ações. O resultado é a detecção de um número maior de oportunidades, mas não de operações automáticas. A tomada de decisão final é discricionária. Ao menos por enquanto, deve prevalecer a capacidade de julgamento e intuição humanos.
A análise técnica é baseada na identificação de padrões de preço, volume e volatilidade. Desenvolvi um modelo ou sistema baseado nestes fundamentos. No caso do preço, utilizei um modelo de quantificação dos padrões "candlestick" proposto por V.Likhovidov ("Candlecode"). Com todas as restrições inerentes a um modelo, o "trading system" IBX100 otimiza o meu processo de decisão. Caso tenha interesse em conhecer mais detalhes, assista à palestra online desta quinta-feira, às 21:00 horas. Clique no link abaixo para fazer a sua inscrição (gratuita).


Palestra online: 09 de Dezembro
Guia de Ações IBX100 – “Trading System” monitora as 100 ações mais negociadas da Bovespa
Um modelo mecânico ou “Trading System” ajuda a operar de forma sistemática e impõe disciplina ao investidor. É possível utilizá-lo como um consultor especializado, que monitora e apresenta as melhores oportunidades de negócio.
O palestrante vai apresentar os principais fundamentos do “Trading System”, como os diversos níveis de volatilidade, a quantificação dos valores de retorno e risco, e as vantagens e desvantagens das estratégias a favor e contra a tendência.

Setor elétrico em alta


O setor elétrico foi destaque positivo no pregão de sexta-feira. O índice setorial IEEX fechou com alta de +1,43%. O ínidce rompeu recentemente uma resistência importante em 26.970 pontos (topos em outubro e novembro), e após um movimento lateral, abre as bandas de Bollinger com um movimento direcional de alta. Os principais papéis do setor acompanham o índice e confirmam o viés altista no setor. Para quem perdeu o início do movimento, é válida a tática de aguardar uma nova oportunidade de compra após uma eventual correção até o primeiro suporte.

Veja o vídeo com a análise gráfica das ações indicadas. As recomendações são baseadas em uma análise subjetiva, o investidor deve avaliar cada uma delas de acordo com o seu perfil de risco; cabe a cada investidor a decisão final e a responsabilidade pelos resultados.

Medidas Heterodoxas




O aumento de 8% para 12% do compulsório em depósitos à vista e a prazo, e do compulsório sobre depósitos a prazo de 15% para 20%, deve retirar R$ 61 bilhões da economia a partir desta segunda-feira. A medida anunciada pelo BC antes da abertura dos mercados derrubou os contratos futuros de juros. O mais negociado, com vencimento em janeiro/12 fechou em baixa de -1,72%. O contrato vinha subindo com a expectativa de uma nova alta da taxa Selic. A reunião do COPOM acontece nesta quarta-feira (a última sob a presidência de Henrique Meirelles). A medida surpreendeu e agora o mercado aposta na manutenção da taxa.
O assunto juros e a medida "heterodoxa" do BC, lembra o filme "O Mercador de Veneza" baseado em uma peça de Shakespeare. Para conceder um empréstimo, o agiota (personagem de Al Pacino, na foto) não cobra juros, mas impõe uma condição absurda. O devedor (na verdade vítima de uma vingança) em caso de "default", deverá pagar a dívida com um pedaço da sua própria carne. No prazo combinado o infeliz não tem o dinheiro para quitar a dívida. Mas, por se tratar de uma condição "heterodoxa", um tribunal é convocado para decidir  se a condição será mesmo executada. O filme vale pela cena do julgamento.

Na sexta-feira o Ibovespa fechou em alta de +0,34% aos 69.527 pontos, e acumulou ganho de +2,26% na semana. As principais bluechips PETR4 (+1,18%) e VALE5 (+0,91%), e as ações do setor elétrico foram os destaques positivos. A medida de restrição de crédito do BC "pesou" nas ações de Bancos e do setor imobiliário, que lideraram as baixas. Nos EUA, o índice Dow Jones ganhou +0,17% apesar da frustração com os dados do "payroll", que vieram muito abaixo do esperado.


Veja o vídeo com a análise gráfica dos principais indicadores da Bovespa.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

No Topo

Call Diário - 3 de dezembro

O índice Dow Jones fechou muito próximo da máxima do ano (a menos de +1,0%). A proximidade do "topo" deve gerar pressão vendedora nos próximos pregões.No pregão de ontem a VALE5 chegou muito próxima a R$ 50,00 (topo histórico) mas recuou. Talvez seja o momento de considerar algumas operações de venda. Apesar de ter iniciado recentemente uma reação compradora, o Ibovespa ainda tem o "peso" da forte presença vendedora que predominou no mês de novembro. Nas últimas semanas este Call tem feito recomendações de compra, mas com objetivo de ganho no curtíssimo prazo (movimento de correção da tendência de baixa). Hoje escolhi alguns papéis importantes do Ibovespa, que já estão ou se aproximam de topos, máximas do ano ou até mesmo máximas históricas. Já dá para observar nestes papéis, alguns sinais de enfraquecimento e possível reversão. O posicionamento na venda (aluguel de ações) também pode ser uma estratégia de "hedge" ou proteção da sua carteira. A proximidade de topos importantes pode ser uma oportunidade de posicionamento na venda. Se os vendedores "comparecerem", podemos ganhar com a baixa.

Veja o vídeo com a análise gráfica das ações indicadas. As recomendações são baseadas em uma análise subjetiva, o investidor deve avaliar cada uma delas de acordo com o seu perfil de risco; cabe a cada investidor a decisão final e a responsabilidade pelos resultados.

Payroll

Pregão de 2 de dezembro
 
Hoje é dia de PAYROLL nos EUA. No Brasil chamamos de Folha de Pagamento. É a despesa que toda empresa tem com o pagamento de salários e benefícios (e impostos) dos seus funcionários. Mas para o mercado, PAYROLL é um indicador econômico (na verdade vários) sobre o emprego nos EUA. Além da taxa de desemprego (deve ficar estável em +9,6%), a maior expectativa é sobre a criação de novos postos de trabalho. Na quarta-feira os dados da ADP mostraram um forte crescimento de novas vagas no setor privado. Mas ontem, os pedidos de auxílio desemprego (semanal) aumentaram além do esperado. Os dados de hoje (11:30 horas) são mais abrangentes (e oficiais) e vão incluir os empregos do setor público. Nos últimos dias a Bolsa subiu (em parte) com a divulgação de vários indicadores econômicos positivos, como por exemplo o aumento de consumo. Os dados de hoje tem o poder de alavancar ou até mesmo reverter o recente movimento de alta (foto de Charles Ebberts - trabalhadores na hora do almoço, 1932).

Ontem o Ibovespa fechou em leve alta de +0,26% aos 69.527 pontos. Nos EUA, o índice Dow Jones obteve alta mais expressiva de +0,95%. O índice americano está muito próximo da máxima do ano e deve voltar a testá-la no pregão de hoje. O Ibovespa também se aproximou novamente da sua média móvel de 20 dias, primeira referência de resistência. As principais bluechips PETR4 (+0,55%) e especialmente a VALE5 (+0,55%) também testam níveis importantes de resistência. O PAYROLL pode ser decisivo na defesa ou rompimento destas resistências.


Veja o vídeo com a análise gráfica dos principais indicadores da Bovespa.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Mudança de percepção

Call Diário - 2 de dezembro

O que faz o mercado abrir em GAP de alta? Uma notícia inesperada? Um "ato de bondade explícita"? (só pra quem acredita em Papai Noel). Então o que é? Não importa. Apenas sabemos que por um motivo qualquer, o "salto" do preço é consequência de uma mudança de percepção (ou opinião?). O viés ficou mais positivo para o próximo pregão (embora ainda seja cedo para "garantir" a continuidade da alta). Por outro lado, invertendo o foco do retorno para o risco, a "janela" aberta define uma nova referência de suporte e a oportunidadade de operar com um "stoploss" curto. Se você apostar na compra, vai saber rapidamente se "entrou numa fria" (normalmente o próximo suporte é definido pelo fechamento do pregão anterior ao GAP). É um cenário perfeito para a "filosofia de "trading" (que tem todo o meu apoio): olho no suporte (risco) e "muita sorte" no rompimento das próximas resistências! (na direção do lucro o mercado dá o que pode dar, e nós humildemente agradecemos).
E tem mais. Quando o GAP rompe uma resistência (conhecido como "GAP de corte") ou é acompanhado de muito volume (ou ambos), ele ganha uma força adicional, e fica "todo poderoso". Neste caso não há desculpas para deixar de apostar em uma compra!

Veja o vídeo com a análise gráfica das ações indicadas. As recomendações são baseadas em uma análise subjetiva, o investidor deve avaliar cada uma delas de acordo com o seu perfil de risco; cabe a cada investidor a decisão final e a responsabilidade pelos resultados.

Suporte duvidoso


Pregão de 1 de dezembro

London Millenium (foto de Paul Lomax) é o nome da moderníssima (e belíssima) ponte para pedestres (toda a estrutura em aço) construída sobre o rio Tâmisa. Mas para os londrinos a ponte ficou conhecida como Wobbly Bridge (vacilante, instável). Balançava muito. Por este motivo ela ficou fechada por quase 2 anos (os ingleses são conservadores?).

Na terça-feira da semana passada o Ibovespa rompeu abaixo do suporte de 68.800 pontos, mas já no pregão seguinte "recuperou" o suporte. Em seguida voltou a perder o suporte e fechou 3 pregões seguidos abaixo do mesmo. Ontem recuperou-se novamente e voltou a fechar acima dos 68.800 pontos. Que suporte é este? Será mesmo um suporte?
A linha dos 68.800 pontos equivale à linha de 10.980 pontos do índice Dow Jones. Este sim, parece mais robusto e confiável. Foi testado por diversas vezes e continua intacto. Com a alta de ontem (+2,27%) ficou ainda mais fortalecido.Mas é bom lembrar que o Dow não tem "procuração" para representar o Ibovespa (embora a dependência seja enorme, às vezes descola).

O Ibovespa iniciou o mês de dezembro com forte alta de +2,42%. A Bolsa abriu com GAP de alta (veja o post Call Diário de hoje) e ampliou os ganhos durante o pregão. A alta foi generalizada, com destaque para as bluechips PETR4 (+2,72%) e VALE5 (+2,56%).

Veja o vídeo com a análise gráfica dos principais indicadores da Bovespa.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Spinning Tops

Call Diário - 1 de dezembro

No pregão de ontem alguns papéis apresentaram uma forte reação compradora. A alta pode ter sido alertada pela formação no pregão anterior, do padrão candlestick "spinning top" (peão girador?). Esta figura representa uma sinalização de reação compradora, especialmente quando aparece em um contexto de tendência de baixa e for acompanhada de forte volume. Embora a alta não ocorra em um primeiro momento (corpo real reduzido), fica estabelecida uma forte barreira à continuidade da baixa. A briga é muito disputada (eventualmente caracterizada por sombras grandes) e também evidenciada pelo volume bastante expressivo. Os vendedores "gastam toda a munição que resta" e se enfraquecem. No pregão seguinte não há mais vendedores. É a oportunidade para os compradores assumirem o comando (ao menos temporariamente). O Call de hoje não utiliza as recomendações do Trading System IBX100 (estratégia de rompimento da volatilidade). Hoje a aposta é nos "spinning tops"!

Veja o vídeo com a análise gráfica das ações indicadas. As recomendações são baseadas em uma análise subjetiva, o investidor deve avaliar cada uma delas de acordo com o seu perfil de risco; cabe a cada investidor a decisão final e a responsabilidade pelos resultados.

Dezembro

Pregão de 30 de novembro

O último dia de novembro foi marcado pela chegada da neve que cobriu diversas cidades da Europa, inclusive Londres (foto de Matt Dunham da AP). Novembro não vai deixar saudades. A Europa, ou mais precisamente a Irlanda, foi a responsável pela queda das bolsas que tinham subido muito nos meses de setembro e outubro. Agora que a Irlanda assinou um acordo de ajuda, a preocupação foi transferida para Portugal e Espanha (os próximos da fila). O mês de dezembro tem uma "tradição" de alta na Bovespa, o último dezembro negativo foi em 1998. A tradição até pode ser mantida, desde que o Ibovespa zere as perdas acumuladas até o momento, de -1,29%. Mas dificilmente teremos um "rally" de final de ano. Alguém se lembra de quanto foi a valorização no ano passado? Inacreditáveis +82,66%! (Está aí uma justificativa simples e convincente para a má (será?) performance deste ano).

Em novembro o Ibovespa perdeu -4,2%, com os índices do setor imobliário (-4,11%), Financeiro (-3,62%) e Telecom (-3,42%) liderando as quedas. Várias ações importantes tiveram quedas superiores a dois dígitos: GFSA3 (-15,39%), FIBR3 (-12,71%), USIM5 (-11,8%), LAME4 (-11,15%), GGBR4 (-10,86%) e LREN3 (-10,67%); para citar apenas as mais importantes. A PETR4 perdeu "só" -4,37%, e pasmem, a VALE5 ganhou +0,52%; ainda há luz no fim do túnel! O "duplo mergulho" ou "W" ainda não começou... pelos menos para a Vale!

No último pregão do mês o Ibovespa fechou em queda de -0,30% aos 67.705 pontos. O destaque positivo foi o setor imobiliário (+2,67%) com RSID3 (+6,09%) e CYRE3(+4,58%) entre as maiores altas do índice.
Veja o vídeo com a análise gráfica dos principais indicadores da Bovespa.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

O pequeno e o grande



Call Diário - 30 de novembro

Em um cenário onde prevalece a pressão vendedora, é muito arriscado assumir uma posição contrária, ou seja, apostar em uma compra. Mas há situações "táticas" que sugerem uma aposta com uma perspectiva inicial de curtíssimo prazo. No pregão de ontem, alguns papéis que abriram em baixa, reagiram com muita força e formaram a figura "envolvente de alta"; nestas ações os compradores (que eram minoria) se engrandeceram, e sinalizam a "tomada do poder", ora na mão dos vendedores. Em outro contexto, alguns papéis se aproximaram de níveis de suporte, onde no passado ocorreu forte reação compradora, com figuras candlestick do tipo "envolvente de alta" ou "marubozu de alta". Estas reações permanecem na memória dos operadores e por tanto aumentam a chance de defesa do suporte.

Alberto Korda foi um grande fotógrafo cubano. A sua foto mais famosa (talvez a mais famosa do mundo) é a de Che Guevara. A foto acima retrata uma visita de Fidel Castro a Washington (1959), quando prestou uma homenagem a Abraham Lincoln. A foto recebeu muito nomes, entre eles de "o pequeno e o grande". Nos padrões candlesticks, esta comparação é uma metáfora perfeita para as figuras "envolvente de alta" e "marubozu de alta".

Veja o vídeo com a análise gráfica das ações indicadas. As recomendações são baseadas em uma análise subjetiva, o investidor deve avaliar cada uma delas de acordo com o seu perfil de risco; cabe a cada investidor a decisão final e a responsabilidade pelos resultados.



Topo Duplo?

Pregão de 29 de novembro

O Ibovespa operou em queda desde a abertura, chegou a cair -1,6% mas se recuperou no final do pregão para fechar em 67.908 pontos, com queda de -0,47%. O índice praticamente acompanhou o Dow Jones, que formou uma figura candlestick similar ("martelo") e fechou em baixa de -0,36%. O "martelo" quando se apresenta em um contexto de baixa como no caso do Ibovespa (no Dow o movimento recente é lateral), sinaliza uma reversão da tendência. Mas não é esta figura que preocupa. A pressão vendedora após o rompimento do suporte de 68.800 pontos é muito grande e é consequencia de uma figura clássica denominada "topo duplo". Na figura ideal temos dois topos iguais e a confirmação do rompimento da sua base ou suporte (veja a foto ilustrativa dos morros "Dois irmões" em Fernando de Noronha).

Mas há quem diga que o Ibovespa formou uma figura mais forte (de baixa), o famoso "ombro-cabeça-ombro". O primeiro topo ("ombro") está claramente abaixo do segundo ("cabeça"), e há um terceiro topo ("ombro") que termina com o rompimento do suporte ("linha do pescoço) no pregão da terça-feira passada. Controvérsias à parte, as duas figuras são fortes indicações de que a presssão vendedora deve prevalecer nos próximos pregões. No "front" externo o índice Dow Jones está "flertando" perigosamente com o suporte no nível de 10.980 pontos. O seu rompimento vai ser a senha para um novo movimento baixista.

Veja o vídeo com a análise gráfica dos principais indicadores da Bovespa.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Defesa sólida


Call Diário - 29 de novembro

O rompimento do suporte dos 68.800 pontos (na última terça-feira) foi uma demonstração da maior presença vendedora, que voltou a ter a iniciativa do ataque. Derrubada esta importante barreira, vários suportes importantes (das ações) foram rompidos, mesmo após a forte reação no pregão seguinte. Entretanto, alguns papéis aparentam ter uma defesa mais sólida, demonstram uma presença compradora capaz de resistir e reverter a atual pressão vendedora. Uma posição comprada nestes papéis representa uma operação de risco mais elevado (contra a tendência) e com expectativa de retorno no curtíssimo prazo. Veja no vídeo abaixo, quais são estes papéis e as respectivas justificativas como eventuais oportunidades de compra. 

* As recomendações são baseadas em uma análise subjetiva, o investidor deve avaliar cada uma delas de acordo com o seu perfil de risco; cabe a cada investidor a decisão final e a responsabilidade pelos resultados


sábado, 27 de novembro de 2010

Estratégia e tática

Resumo semanal

A semana foi ruim para a Bovespa, que acumulou uma queda de -3,77%. A queda generalizada atingiu todos os setores, com destaque para o setor imobiliário cujo índice IMOB perdeu -4,67%. Na terça-feira o Ibovespa rompeu o importante suporte em 68.800 pontos e de nada adiantou a reação no pregão seguinte, já na sexta-feira (-1,64%) voltou a fechar abaixo do suporte, aos 68.226 pontos. O gráfico semanal do Ibovespa ficou com um viés bem negativo, embora ainda respeite o suporte definido pela sua média de 20 semanas. Entretanto o semanal do Índice Futuro fechou bem abaixo da mesma média; as blue chips PETR4 (-4,28%) e VALE5 (-2,10%) também apresentam viés negativo no gráfico semanal. Por fim, o índice Dow Jones fechou abaixo da sua curva (semanal) de primeiro desvio padrão, após 10 semanas acima deste nível. A conclusão é de que o viés ficou mais negativo, e por tanto aumentou o risco de um posicionamento na ponta compradora.

A análise dos gráficos semanais é importante pois fornece um cenário mais persistente em comparação ao gráfico diário, que muda de direção com maior frequencia e rapidez. Os principais índices das Bolsas e os índices setoriais também são importantes pois revelam um comportamento mais representativo (maior peso) e que vai influenciar no comportamento individual de cada ação. Ambos são elementos estratégicos que devem orientar a análise do gráfico diário e específico de cada ação. Um bom posicionamento estratégico gera (naturalmente) as oportunidades táticas com maior chance de sucesso. Procure não nadar contra a corrente. Se for operar contra os gráficos semanais e contra os índices, seja rápido, pois uma onda enorme pode te engulir.

O noticiário econômico da semana foi atropelado pela "guerra" contra o narcotráfico no Rio de Janeiro. As cenas mostradas na televisão, com os policiais do BOPE em ação, lembram o filme "Tropa de Elite". Tem uma cena marcante no primeiro filme, quando o capitão Nascimento fala sobre estratégia, mas tem que agir taticamente para resolver uma situação de "curto prazo" (veja o vídeo).



sexta-feira, 26 de novembro de 2010

"Pinball" trader


Você conhece Sultan Kosen? No início da semana ele esteve em São Paulo. Se você passou pela avenida Paulista teve a chance de notar a sua "enorme" presença. Ele é um turco de 28 anos e mede 2,465m, é o homem mais alto do mundo. Você sabe quantas pessoas tem mais de 2 metros? E abaixo de 1 metro? Qual é a altura média das pessoas?

Francis Galton (1890) descobriu que a distribuição aparentemente aleatória da altura das pessoas tem um padrão estatísitico que pode ser medido através de uma curva (inventada pelo matemático alemão Friedrich Gauss) que se assemelha a um sino (curva da distribuição "normal"). A curva dá a probabilidade das ocorrências que se desviam (para cima ou para baixo) do padrão médio (o famoso "desvio padrão"). Para demonstrar a sua teoria, Galton construi um "tabuleiro" cheio de pinos dispostos na forma de uma pirâmide e por onde passam muitas "bolinhas". As bolinhas são introduzidas no topo da pirâmide e vão batendo nos pinos, do topo até a base. Ao bater em cada pino, a probabilidade de um desvio para a direita ou para a esquerda é a mesma, ou seja aleatória (semelhante ao experimento de atirar uma moeda). Para uma amostragem grande de bolinhas (eventos) o resultado final é sempre o mesmo, a distribuição das bolinhas forma  o padrão da curva do sino.

Isso tem alguma coisa a ver com a Bolsa? Muito a ver. O preço de uma ação também está sujeito a eventos aleatórios, e ao longo do tempo a sua distribuição se aproxima da "curva normal" (o vídeo abaixo faz este paralelo). Entretanto, há evidências de que os pontos extremos (grandes movimentos de alta ou baixa) ocorrem com maior frequência de que a curva admite. Baseado neste modelo estatístico, o trader pode optar por uma estratégia de aposta no retorno à média (mais frequente e confortável) ou uma aposta "pesada" nos extremos (teste de paciência e determinação). Ou será que existe um "caminho do meio"?


Sem liquidez

Call Diário 26/11/10

O feriado prolongado nos EUA "secou" a liquidez da Bovespa, o volume desta quinta-feira foi o menor do ano. Este fato evidencia mais uma vez a dependência do nosso mercado para os investidores estrangeiros, que também são os responsáveis pela definição da tendência do preço das nossas ações.
Tomar decisões a partir de um movimento (de preço) com baixo volume requer muita cautela, pois (como diz a famosa teoria de Dow) a tendência do preço deve ser validada pelo seu volume. Entretanto a maioria dos papéis variou pouco (teve muito "0x0"), e a figura "doji" (abertura = fechamento) que caracteriza equilíbrio, mas também indecisão, foi o destaque de muitos gráficos deste pregão. O "doji" acompanhado de volume expressivo é um padrão importnte de reversão, mas ontem evidentemente o volume não compareceu.
Neste cenário talvez seja melhor utilizar o nosso precioso tempo, para a observação e a análise, e deixar as recomendações para segunda-feira. Um ótimo final de semana para todos!

Black Friday

Pregão de 25/11/10


Os varejistas americanos esperam faturar alto no dia de hoje. É "black friday", um dia de muitas liquidações e que inicia a temporada de compras de final de ano. Também vai ser mais um indicativo do setor de consumo, setor fundamental para a recuperação da economia americana. As lojas abrem às 5 da manhã com consumidores fazendo filas enormes; com tamanha demanda os lojistas esperam sair do vermelho e contabilizar os resultados em preto (daí a expressão "black friday").
Sem a referência de Nova York, a Bovespa fechou em baixa de -0,38% aos 69.362 pontos. O volume foi baixíssimo, o menor do ano e deve seguir esta tendência no dia de hoje pois o pregão da bolsa de Nova York fechará mais cedo (16:00 horário de Brasília). Além do baixo volume das ações, o destaque foi uma nova alta dos juros no mercado futuro, que sinaliza a decisão na próxima reunião do COPOM no início de dezembro. Mas o grande acontecimento do dia foi a "guerra contra o tráfico no Rio de Janeiro". A operação de invasão da favela Vila Cruzeiro repercutiu negativamente no noticiário internacional, e mostrou a outra face do Brasil, um contraponto à percepção positiva do crescimento econômico.
Veja o vídeo abaixo com a análise gráfica dos principais indicadores e ativos da Bovespa.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Marubozu de Alta

Call Diário 25/11/10

Teru (brilha)... teru (brilha) ... bozu (homem careca); teruterubozu é um pequeno boneco branco de papel ou de pano. Pendure em um lugar alto e o sol vai brilhar no dia seguinte; mas se desejar a chuva, basta inverter o boneco de cabeça para baixo. Trata-se de uma tradição japonesa utilizada pelos fazendeiros que ora desejavam o sol, ora a chuva; hoje desejamos apenas sorte ou a realização de um desejo.
O padrão candlestick marubozu (maru = redondo) de alta é caracterizado por um longo corpo de alta sem nenhuma sombra, ou seja um candle "careca". Este padrão representa um dia de incontestável presença compradora e define um viés altista para os próximos pregões. Mas não há garantias de um novo movimento de alta. Assim como o teruterubozu, o desejo nem sempre é realizado.
Veja o vídeo abaixo, e confira as ações que formaram um marubozu de alta.

A autonomia do Banco Central

Pregão de 24/11/10

Dilma definiu rapidamente a sua equipe econômica: Guido Mantega como ministro da Fazenda (agora mais poderoso?), Alexandre Tombini (vai resistir à pressão?) como presidente do Banco Central e Miriam Belchior (ex-Casa Civil e ex-PAC da Dilma) como ministra do Planejamento. A grande especulação sobre quem presidiria o BC, era na verdade a dúvida sobre a preservação da autonomia do banco na próxima gestão. A saída de Meirelles e a substituição por um funcionário de carreira (de perfil mais técnico) pode facilitar uma maior interferência do poder executivo (Dilma); a especulação vai continuar até que o novo presidente tome as suas primeiras decisões. Boa sorte a todos!

Ontem os compradores compareceram com força; as bolsas fecharam com ganhos expressivos. A forte reação compradora sugere apenas uma trégua nos próximos pregões, pois a pressão vendedora persiste ("está dando linha?"). Hoje é feriado nos EUA (e amanhã as bolsas funcionam em horário reduzido), por tanto perdemos a referência e a liquidez; nesta manhã de quinta-feira os principais índices europeus operam com leve alta. Após a forte alta de ontem, os gráficos dos principais índices e ativos da Bovespa sinalizam uma nova referência de suporte; veja a análise gráfica no vídeo abaixo.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

A expectativa de defesa do suporte

Call Diário 24/11/10


Na divertida comédia "Tocaia", um violento bandido que acaba de fugir da cadeia, estaria determinado a ir ver sua bela namorada. Informados da grande probabilidade deste fato, dois policiais armam uma tocaia e passam a vigiá-la dia e noite, pois a qualquer momento o bandido pode aparecer, e então... bingo!

Após a forte queda nos últimos dois pregões, o preço de alguns papéis se aproxima de importantes níveis de suporte. A aproximação do suporte gera uma expectativa de reação compradora (defesa do suporte) e portanto uma oportunidade para comprar. O que fazer? Antecipar ou aguardar a reação dos compradores? 
O melhor é ser paciente e não se precipitar, afinal sempre existe a possibilidade do comprador (assim como o bandido) não comparecer. Mas fique de tocaia, pois a oportunidade surge quando você menos espera, e desaparece em um piscar de olhos.
Veja no vídeo abaixo quais são os papéis que você deve "ficar de tocaia".

Ataque da Coréia do Norte repercute nos mercados

Fechamento do Mercado - 23/11/10

A guerra da Coréia não terminou em 1953; não houve uma declaração formal de encerramento do conflito, apenas uma trégua (armistício). Tanto é que hoje, (passados 57 anos!) 28.000 soldados americanos ainda vigiam o "paralelo 38", a linha que divide o norte comunista (único país comunista do planeta) do sul capitalista.
A Coréia do Norte bombardeou (ninguém sabe exatamente o motivo) uma ilha pertencente à Coréia do Sul,  e desta vez o conflito é considerado grave (o ataque resultou em várias mortes, e no momento em que surgem novas evidências de que a Coréia do Norte já tem a sua bomba atômica). A presença da China como a principal aliada da Coréia do Norte pode deteriorar ainda mais as relações pouco amistosas entre as duas maiores potências econômicas do mundo. Os mercados mundiais reagiram com muita preocupação e fortes movimentos de baixa.

Além da Coréia, os principais índices europeus também repercutiram a negociação da dívida da Irlanda (FTSE -1,75%, DAX -1,72% e CAC -2,478%); nos EUA o Dow Jones fechou em baixa de -1,27%.
 O Ibovespa fechou em forte baixa de -2,41% aos 68.376 pontos; rompeu o suporte dos 68.800 pontos e agora aponta para o nível dos 63.800 pontos (mínima de agosto). Veja o vídeo, com a análise gráfica dos principais indicadores e ações da Bovespa.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

À procura de Mr Gekko e companhia

Pregão de 22/11/10

O índice Dow Jones chegou a operar em queda de -1,2% mas recuperou-se no final para fechar em leve baixa de -0,22%. O motivo pode ter sido o anúncio de que o FBI havia “estourado” 3 importantes escritórios de operadores de fundos “hedge”; estes fundos operam alavancados e compõe uma indústria de US$ 1,7 trilhões (especula-se também que o Goldman Sachs estaria envolvido, o que derrubou as suas ações e a de outros bancos).  A investigação do FBI (que deve denunciar mais operadores e fundos) tem o objetivo de descobrir e processar operadores que utilizam informação privilegiada para operar nos mercados, o famoso “insider trading”, principal “instrumento de trabalho” de Mr Gekko, o já lendário personagem do filme “Wall Street”, a versão original de 1987 (Wall Street II não é tão interessante). O personagem vivenciado por Michael Douglas costumava dizer que a cobiça tem o seu lado bom, pois motiva as pessoas no trabalho e na vida. Mas a cobiça também não mede esforços para atingir um objetivo, o fim justifica os meios. A prática do “insider trading” é tão antiga quanto a Bolsa, e provavelmente sempre vai existir. O importante é que haja um esforço para descobrir e condenar os que praticam este crime; esta prática tende a prejudicar especialmente os pequenos investidores que utilizam apenas a informação pública (a grande maioria pelo menos). Os investidores do “homebroker” agradecem.

O Ibovespa descolou do Dow Jones e fechou em forte baixa de -1,78% com queda generalizada das ações, o que indica uma mudança de percepção e exige maior cautela nas negociações. Veja abaixo, o vídeo com a análise gráfica dos principais índices e ações da Bovespa.

Moíkai? Madadaiô! “Pronto? Ainda não!”

Call Diário 23/11/10

Madadaiô é uma expressão utilizada em uma brincadeira de criança praticada em vários países (o nosso esconde-esconde), mas também é o título de um belo filme do famoso diretor japonês Akira Kurosawa (veja a foto de um cartaz). No filme, um professor aposentado se reúne uma vez por ano com os seus ex-alunos e no final do encontro sempre lhe oferecem um grande copo de cerveja; o mestre bebe tudo (e com prazer!) e então diz “madadaiô!”, para mostrar que está bem de saúde, que ainda não é hora de partir!

O Ibovespa (-1,78%) sofreu forte queda (descolou do Dow Jones) que atingiu praticamente todas as ações da carteira teórica, mas o volume de um modo geral foi reduzido. A resistência definida pela média e pelo nível dos 70.800 pontos ficou mais distante de um rompimento, mas por outro lado, o suporte dos 68.800 pontos pode motivar uma nova reação compradora. Então o que fazer? Comprar ou Vender? O melhor é esperar mais um pouco e aguardar uma sinalização mais evidente. Ainda não! Madadaiô!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O simples e o complexo

Média ou Extremos?
Nassim Taleb é escritor, autor do bestseller “Black Swan”, mas também é filósofo, e trader! Ele já operou derivativos na bolsa de Chicago e hoje dirige a “asset” Empirica, onde aplica (na prática dos mercados) a idéia de que os extremos ocorrem com maior freqüência que a vã filosofia ou matemática admitem. Quando um fato ou um movimento extremo acontece, o ganho obtido supera em muitas vezes a rotina das pequenas, mas freqüentes perdas.
Victor Niederhoffer também é escritor (“Education of a Speculator”), foi campeão de “squash” e um famoso trader de derivativos. Victor pensa exatamente o oposto de Nassim, ele acredita na média e despreza os extremos. Ele se dá bem a maior parte do tempo, mas ocasionalmente e de forma contundente, pode perder muito e ir à bancarrota (o seu pesadelo foi a crise na Ásia em 1997 e a crise imobiliária, ainda em 2007!).
Nassim despreza e Victor venera a “curva do sino”, ou de modo mais formal, a curva da distribuição normal. No mundo acadêmico, os principais modelos matemáticos de distribuição de preços são baseados na curva normal (o exemplo mais famoso é o modelo de precificação de opções de Black&Scholes).  Nassim não acredita na aplicação da curva normal como modelo de comportamento dos preços e aposta contra ela. Victor acredita que a probabilidade de ocorrência dos extremos (indicada pela curva normal) é muito pequena e sempre aposta no “retorno à média”. O preço atingiu um extremo?  É uma questão de tempo, vai retornar à média!

Curto ou Longo Prazo?
Você sabe quantas jogadas futuras um mestre calcula ao analisar uma posição no tabuleiro de xadrez?  Um grande jogador já disse que “enxerga” apenas o próximo lance, que o mais importante não é prever os próximos lances, é saber avaliar bem a posição atual do tabuleiro (estou ganhando ou perdendo?). Se você entender o que está acontecendo (identificar as principais forças e fraquezas, sejam temporárias ou permanentes) no jogo e agir de acordo, não precisará calcular muitos lances à frente. Afinal, de que vale fazer projeções futuras a partir de uma percepção errada da realidade atual?
No jogo do xadrez ou na guerra real (ou na bolsa!), entender os conceitos de estratégia e tática é fundamental. O plano estratégico tem caráter mais permanente, menos preciso e de longo prazo, enquanto o plano tático é temporário, mais preciso e de curto prazo. Um grande mestre de xadrez domina plenamente os dois elementos, um depende do outro, um bom plano estratégico gera as boas oportunidades táticas. O inverso dificilmente acontece daí a necessidade de pensar primeiramente o plano estratégico: pensar no longo prazo sem deixar de agir no curto prazo. Para o investidor em ações o objetivo deve ser o ganho no longo prazo, mas operando com freqüência no curto prazo. Ele se expõe a um número maior de oportunidades (vantagem competitiva!) e ao mesmo tempo reduz o seu risco (claro que dá mais trabalho!).

 Candle ou Bollinger?
O Candlestick é uma técnica japonesa (século XVIII!) de representação do preço. A cultura oriental favorece a percepção intuitiva da realidade; um dos exemplos é a escrita japonesa (“kanji”) cujos “desenhos” (padrões) descrevem o objeto ou o significado associado a cada palavra. Outra característica é a complexidade construída a partir de elementos simples e fundamentais (jogo do GO, veja a foto), o que induz a um processo de aprendizado que só ocorre através da prática repetitiva; a aquisição do conhecimento e o domínio da técnica são um processo individual de tentativa e erro (técnica zen do arco e flecha).
Os padrões candlestick traduzem o sentimento ou o aspecto comportamental de curto prazo, e por tanto podem mudar rapidamente. Neste aspecto a flexibilidade é fundamental, mas sem perder a visão global e mais permanente do conjunto de padrões. Por outro lado a natureza tática do candlestick pode ser determinante na identificação de níveis de suporte e resistência, e pontos de entrada e saída de uma operação.
As bandas de Bollinger representam a aplicação do modelo “curval normal” na análise técnica. Associado à idéia da média e dos extremos está o importante conceito de volatilidade, o movimento direcional dos preços (oportunidade de negócio) depende do aumento da volatilidade (observada na compressão e expansão das bandas). O conceito implícito de “desvio padrão” (distância ou variação em relação à média) é uma medida da probabilidade de um novo movimento do preço.
As bandas são precisas (ao contrário dos padrões do candlestick) pois são o resultado de um cálculo estatístico, e mais permanentes pois dependem de todas as observações de uma série histórica de preços (o mais comum é a média de 20 dias). As bandas têm um caráter mais estratégico no sentido de determinar uma tendência, e gerar um posicionamento com a expectativa de atingir objetivos de longo prazo.

Yin e Yang
É possível conciliar Nassim e Victor, longo e curto prazos, estratégia e tática, candles e Bollinger?  Ocidente e Oriente?
O princípio da dualidade Yin e Yang (princípio da filosofia taoísta) é uma metáfora (?) que pode ser aplicada na análise técnica. Sim, é possível achar um ponto de equilíbrio e complementaridade entre conceitos aparentemente opostos.

Participe da palestra online nesta quinta-feira e veja exemplos práticos desta proposta.
25 de Novembro, das 21:00 às 22:00 horas
Os padrões Candlestick e as Bandas de Bollinger: o YIN e o YANG da Análise Técnica.