sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Tem touro na "linha"?

O Ibovespa fechou em baixa de -0,43% aos 67.880 pontos, muito próximo da linha de suporte nos 67.700 pontos. Quem ajudou a defender o suporte foram as bluechips PETR4(+1,60%), VALE5(+0,43%) e GGBR4(+2,19%). Entretanto os dados de importação e exportação chineses em novembro (divulgados nesta madrugada) foram bem acima do esperado, e reforça a perspectiva de um aumento de juros. Neste caso as empresas que exportam para a China podem ser prejudicadas.
Todos os índices setoriais fecharam em baixa, exceto o ITEL(+0,52) do setor de telecomunicações. O ITEL é negociado próximo à linha de suporte nos 1.390 pontos e mostrou novamente estar disposto a defendê-la (tem touro na linha?).
Nos Eua, o índice Dow Jones fechou estável em -0,02%. O Dow forma candles de equilíbrio ("spinning tops" e "dojis") há 5 pregões consecutivos. Este padrão favorece os compradores (touros) que sustentam a alta obitda nos dois pregões iniciais de dezembro. Assim permanece a expectativa de retomada da alta, o que resultaria no tradicional "rally" de final de ano.
Entretanto o cenário para a Bovespa continua favorável aos vendedores. As oportunidades de compra no curto prazo existem, mas são operações "contra a tendência" e por tanto de maior risco (veja algumas indicações no vídeo abaixo).

As recomendações são baseadas em uma análise subjetiva, o investidor deve avaliar cada uma delas de acordo com o seu perfil de risco; cabe a cada investidor a decisão final e a responsabilidade pelos resultados.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

A arte da defesa


Começou ontem em Londres, um tradicional torneio de xadrez que reúne os melhores jogadores do mundo. Participam o atual campeão mundial, o indiano Anand (Índia e China são as novas potências no xadrez, e na economia também!), e o primeiro do rating atual, o norueguês Magnus Carlsen (foto) de apenas 20 anos (velhice é bom só para o vinho). Representando o xadrez russo (que não tem mais a hegemonia do xadrez) participa o ex-campeão mundial Krammik. Participa também o melhor jogador americano (amerisiático?) da atualidade, Hikaru Nakamura! E finalmente 4 jogadores ingleses (privilégio dos "donos do tabuleiro"!).

Uma das grandes virtudes de um campeão de xadrez é reconhecer quando está em desvantagem no jogo. Nesta situação é prioritário se defender e esperar pacientemente por uma oportunidade de contra-ataque ("recuar para saltar melhor"). Se a defesa for bem sucedida (ou o ataque fracassar) é possível retomar a iniciativa. O atacante, ao apostar no xeque-mate, deixa muitas debilidades na sua própria defesa. Nesta situação, de inversão de ataque para a defesa, a derrota é quase certa. Então, antes de iniciar um ataque, de tomar a inicitiva, é necessário estar "seguro" da sua vantagem. Muitas vezes, é um caminho sem volta.

Na Bovespa, os vendedores tem a iniciativa no curto prazo. Depois de atingir o topo dos 73.000 pontos (no início de novembro), o Ibovespa corrigiu até o nível de 67.700 pontos. Neste nível os compradores já demonstraram força por 2 vezes e assim "construiram uma defesa" que chamamos tecnicamente de suporte. Após a queda de ontem (-1,68%) o índice se aproximou novamente do suporte e por tanto os compradores podem "comparecer" novamente. Uma nova defesa do suporte cria uma base para um "contra-ataque" da parte dos compradores. Nesta situação deve-se ficar atento às oportunidades de compra. Mas não se precipite. É preciso ser paciente ao avaliar se o viés realmente passou para o lado dos compradores.


Veja o vídeo com a análise dos principais índices e ativos da Bovespa.

As recomendações são baseadas em uma análise subjetiva, o investidor deve avaliar cada uma delas de acordo com o seu perfil de risco; cabe a cada investidor a decisão final e a responsabilidade pelos resultados.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Estrela cadente?


Ontem, no início do pregão, o Ibovespa chegou a subir +1,5%. Deu a impressão de uma retomada da forte alta (+2,42%) ocorrida no primeiro pregão de dezembro. Afinal, a tradição do "rally" de final de ano não seria quebrada. Mas a alegria não durou mais do que uma hora. A aproximação da resistência dos 70.800 pontos atraiu um forte movimento de vendas. A pressão vendedora foi consistente até o leilão de fechamento. O Ibovespa fechou na mínima do dia, em baixa de -0,31% aos 69.338 pontos (uma perda intradiária de quase 1.500 pontos). Nos EUA, o índice Dow Jones chegou a atingir a máxima do ano, mas também devolveu todo o ganho intradiário, para fechar estável em -0,03%.

O movimento do Ibovespa, caracterizado por uma forte alta inicial seguida de uma reversão ainda maior, caracteriza o padrão candlestick "estrela cadente". Graficamente observamos uma longa sombra superior e um pequeno corpo real na parte inferior do candle. Esta figura aparece durante um movimento de alta e próximo a um topo ou uma resistência. A abertura em GAP de alta, uma longa sombra superior e um corpo real pequeno e negativo, reforçam a sinalização de reversão do movimento altista. A figura representa inicialmente uma forte realização de lucros da parte dos compradores. Entretanto, a continuidade das vendas no pregão seguinte pode significar uma inversão do movimento de alta, principalmente se acompanhado por um aumento significativo de volume.

A proximidade do topo no Dow Jones trouxe de volta a maior presença dos vendedores. No pregão de ontem os compradores não tiveram forças para reagir. A primeira batalha foi vencida pelos vendedores. Hoje os compradores tem outra chance de mostrar a sua força. Pode ser um dia decisivo para mostrar quem afinal tem o controle do mercado. Por enquanto o poder ainda está nas mãos dos ursos (vendedores).

Apesar do cenário pouco favorável para os compradores, vale a pena "ficar de olho" em algumas raras oportunidades. Veja o vídeo com a análise das ações recomendadas.

As recomendações são baseadas em uma análise subjetiva, o investidor deve avaliar cada uma delas de acordo com o seu perfil de risco; cabe a cada investidor a decisão final e a responsabilidade pelos resultados.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O dólar, a bolsa e os juros


Em um dia de pregão morno na Bovespa e também para os contratos de juros, o destaque foi a expressiva queda do dólar.O contrato futuro rompeu a referência de suporte representada pela mínima de novembro, e já se aproxima da mínima de outubro (e também a mínima do ano). As medidas tomadas para conter a baixa do dólar tiveram um efeito temporário (a charge da Folha é desta época - meados de outubro), e cá estamos nós de volta ao "fundo do poço".
A perspectiva de alta dos juros provocou um "rally" de alta nos contratos  futuros no mês de novembro, e pode ter sido um catalisador para a queda do dólar. Mas após a decisão sobre o aumento do compulsório (e consequente ajuste dos contratos de juros) o dólar manteve a trajetórica de queda, que já ocorre há 6 pregões consecutivos.
No último pregão de novembro o volume na Bovespa foi bastante expressivo (a alta só ocorreu no pregão seguinte) e pode ser justificado por uma atuação mais forte do capital estrangeiro (com a liquidação financeira em D+3). Ontem (dia de baixo volume na bolsa) o dólar abriu em alta, mas após o rompimento do suporte a queda se acentuou, talvez estimulada pelo "zeração" dos comprados que foram "estopados".
Amanhã tem a decisão do COPOM (após o fechamento dos mercados), mas hoje parece não haver mais motivos para o dólar cair. Ou tem? Apesar da forte integração entre os mercados de bolsa, câmbio e juros, as relações não são lineares. A complexidade é grande, não dá para concluir e fazer uma previsão confiável. Olhando para o gráfico, o viés continua baixista. Mas aqui também há divergência, os "contra a tendência" apostam na reversão da baixa. Seja fundamentalista ou grafista, sempre será mais fácil justificar o passado (como acabei de fazer!). Mas, "fazer uma previsão é muito difícil, especialmente sobre o futuro" (Niels Bohr - físico, precursor da mecânica quântica).

Veja o vídeo com a análise gráfica dos principais indicadores da Bovespa.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Trading Systems: substituto ou "aliado"?




Muitas estratégias de negociação de ações podem ser programadas em um computador. O programa é basicamente a codificação de regras muito objetivas (senão o computador não entende) para comprar e vender. O computador monitora o "sobe-e-desce" da Bolsa. Quando a condição estabelecida ocorre, a ordem é executada automaticamente. Não há "estresse", não há dúvidas, não há sentimento. Mas há lucro?
Durante o desenvolvimento de um modelo mecânico as regras são testadas e "otimizadas" com base nas cotações históricas de cada papel. Se a simulação resultar em um lucro excepcional, desconfie. Você provavelmente "ajustou" as variáveis de uma forma muito particular, totalmente dependente dos dados passados. No futuro o resultado vai ser bem diferente.
Para que a peformance passada tenha grande probabilidade de se repetir no futuro, as regras de compra e venda precisam ser "robustas". As regras devem ser simples e bem fundamentadas (tem que ter uma lógica), e quanto menos regras, melhor.
Você desenvolveu um sistema "robusto", mas terá a disciplina pra seguí-lo? Todo sistema tem um período de "vacas magras". Não dá para ganhar todo dia. Quanto maior a rentabilidade do sistema (no longo prazo) maior a ocorrência de perdas maiores no curto prazo. Também é comum a ocorrência de muitas perdas sucessivas; um verdadeiro teste de crença ou fé absoluta no seu sistema.

Aliado e não substituto
No cenário descrito acima as dificuldades parecem imensas, mas existe um "caminho do meio". Pense no "trading system" como um aliado, e não como um substituto para o processo de decisão humano. Utilizado de forma adequada, a máquina ou a tecnologia podem extender a capacidade e a produtividade da mente humana. Mas, como?
As regras de um "trading system" podem ser aplicadas de forma rápida e consistente a um grande número de ações. O resultado é a detecção de um número maior de oportunidades, mas não de operações automáticas. A tomada de decisão final é discricionária. Ao menos por enquanto, deve prevalecer a capacidade de julgamento e intuição humanos.
A análise técnica é baseada na identificação de padrões de preço, volume e volatilidade. Desenvolvi um modelo ou sistema baseado nestes fundamentos. No caso do preço, utilizei um modelo de quantificação dos padrões "candlestick" proposto por V.Likhovidov ("Candlecode"). Com todas as restrições inerentes a um modelo, o "trading system" IBX100 otimiza o meu processo de decisão. Caso tenha interesse em conhecer mais detalhes, assista à palestra online desta quinta-feira, às 21:00 horas. Clique no link abaixo para fazer a sua inscrição (gratuita).


Palestra online: 09 de Dezembro
Guia de Ações IBX100 – “Trading System” monitora as 100 ações mais negociadas da Bovespa
Um modelo mecânico ou “Trading System” ajuda a operar de forma sistemática e impõe disciplina ao investidor. É possível utilizá-lo como um consultor especializado, que monitora e apresenta as melhores oportunidades de negócio.
O palestrante vai apresentar os principais fundamentos do “Trading System”, como os diversos níveis de volatilidade, a quantificação dos valores de retorno e risco, e as vantagens e desvantagens das estratégias a favor e contra a tendência.

Setor elétrico em alta


O setor elétrico foi destaque positivo no pregão de sexta-feira. O índice setorial IEEX fechou com alta de +1,43%. O ínidce rompeu recentemente uma resistência importante em 26.970 pontos (topos em outubro e novembro), e após um movimento lateral, abre as bandas de Bollinger com um movimento direcional de alta. Os principais papéis do setor acompanham o índice e confirmam o viés altista no setor. Para quem perdeu o início do movimento, é válida a tática de aguardar uma nova oportunidade de compra após uma eventual correção até o primeiro suporte.

Veja o vídeo com a análise gráfica das ações indicadas. As recomendações são baseadas em uma análise subjetiva, o investidor deve avaliar cada uma delas de acordo com o seu perfil de risco; cabe a cada investidor a decisão final e a responsabilidade pelos resultados.

Medidas Heterodoxas




O aumento de 8% para 12% do compulsório em depósitos à vista e a prazo, e do compulsório sobre depósitos a prazo de 15% para 20%, deve retirar R$ 61 bilhões da economia a partir desta segunda-feira. A medida anunciada pelo BC antes da abertura dos mercados derrubou os contratos futuros de juros. O mais negociado, com vencimento em janeiro/12 fechou em baixa de -1,72%. O contrato vinha subindo com a expectativa de uma nova alta da taxa Selic. A reunião do COPOM acontece nesta quarta-feira (a última sob a presidência de Henrique Meirelles). A medida surpreendeu e agora o mercado aposta na manutenção da taxa.
O assunto juros e a medida "heterodoxa" do BC, lembra o filme "O Mercador de Veneza" baseado em uma peça de Shakespeare. Para conceder um empréstimo, o agiota (personagem de Al Pacino, na foto) não cobra juros, mas impõe uma condição absurda. O devedor (na verdade vítima de uma vingança) em caso de "default", deverá pagar a dívida com um pedaço da sua própria carne. No prazo combinado o infeliz não tem o dinheiro para quitar a dívida. Mas, por se tratar de uma condição "heterodoxa", um tribunal é convocado para decidir  se a condição será mesmo executada. O filme vale pela cena do julgamento.

Na sexta-feira o Ibovespa fechou em alta de +0,34% aos 69.527 pontos, e acumulou ganho de +2,26% na semana. As principais bluechips PETR4 (+1,18%) e VALE5 (+0,91%), e as ações do setor elétrico foram os destaques positivos. A medida de restrição de crédito do BC "pesou" nas ações de Bancos e do setor imobiliário, que lideraram as baixas. Nos EUA, o índice Dow Jones ganhou +0,17% apesar da frustração com os dados do "payroll", que vieram muito abaixo do esperado.


Veja o vídeo com a análise gráfica dos principais indicadores da Bovespa.