sexta-feira, 26 de novembro de 2010

"Pinball" trader


Você conhece Sultan Kosen? No início da semana ele esteve em São Paulo. Se você passou pela avenida Paulista teve a chance de notar a sua "enorme" presença. Ele é um turco de 28 anos e mede 2,465m, é o homem mais alto do mundo. Você sabe quantas pessoas tem mais de 2 metros? E abaixo de 1 metro? Qual é a altura média das pessoas?

Francis Galton (1890) descobriu que a distribuição aparentemente aleatória da altura das pessoas tem um padrão estatísitico que pode ser medido através de uma curva (inventada pelo matemático alemão Friedrich Gauss) que se assemelha a um sino (curva da distribuição "normal"). A curva dá a probabilidade das ocorrências que se desviam (para cima ou para baixo) do padrão médio (o famoso "desvio padrão"). Para demonstrar a sua teoria, Galton construi um "tabuleiro" cheio de pinos dispostos na forma de uma pirâmide e por onde passam muitas "bolinhas". As bolinhas são introduzidas no topo da pirâmide e vão batendo nos pinos, do topo até a base. Ao bater em cada pino, a probabilidade de um desvio para a direita ou para a esquerda é a mesma, ou seja aleatória (semelhante ao experimento de atirar uma moeda). Para uma amostragem grande de bolinhas (eventos) o resultado final é sempre o mesmo, a distribuição das bolinhas forma  o padrão da curva do sino.

Isso tem alguma coisa a ver com a Bolsa? Muito a ver. O preço de uma ação também está sujeito a eventos aleatórios, e ao longo do tempo a sua distribuição se aproxima da "curva normal" (o vídeo abaixo faz este paralelo). Entretanto, há evidências de que os pontos extremos (grandes movimentos de alta ou baixa) ocorrem com maior frequência de que a curva admite. Baseado neste modelo estatístico, o trader pode optar por uma estratégia de aposta no retorno à média (mais frequente e confortável) ou uma aposta "pesada" nos extremos (teste de paciência e determinação). Ou será que existe um "caminho do meio"?


3 comentários:

Anônimo disse...

Comecei a ler o "Brack Swan". Discordo do amigo. "Fooled by Randomness" trata o tema de forma mais interessante.

De todos os modos, interessante o gráfico dos 1001 dias de vida do Peru. Provavelmente ele acumulava como variável dependente a quantidade de alimento que recebia ao longo do tempo. Olhando para a tendência, o mundo ia bem. O peru devia estar stisfeito com a tendência; era irrelevante o motivo de receber mais alimento a cada dia; a tendência estava a seu favor. Ele jamais passara por um dia de ação de graças.

Anônimo disse...

Sobre a questão dos volumes há um trabalho singelo, antigo ... mas talvez bastante interessante. Pensei que seria legal referir-me a ele:
"Tape Reading & Market Tactics", Humphrey Neill, BN Publishing.

Eduardo Matsura disse...

Vou reler "Fooled by ...", quando li não estava tão interessado no assunto como estou agora. Com relação ao volume, qualquer que seja o indicador, acho fundamental manter o histograma de barras. Apesar de leitura mais difícil, pode ser decisivo na avaliação dos candles e também na determinação dos níveis de suporte e resistência.