terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O dólar, a bolsa e os juros


Em um dia de pregão morno na Bovespa e também para os contratos de juros, o destaque foi a expressiva queda do dólar.O contrato futuro rompeu a referência de suporte representada pela mínima de novembro, e já se aproxima da mínima de outubro (e também a mínima do ano). As medidas tomadas para conter a baixa do dólar tiveram um efeito temporário (a charge da Folha é desta época - meados de outubro), e cá estamos nós de volta ao "fundo do poço".
A perspectiva de alta dos juros provocou um "rally" de alta nos contratos  futuros no mês de novembro, e pode ter sido um catalisador para a queda do dólar. Mas após a decisão sobre o aumento do compulsório (e consequente ajuste dos contratos de juros) o dólar manteve a trajetórica de queda, que já ocorre há 6 pregões consecutivos.
No último pregão de novembro o volume na Bovespa foi bastante expressivo (a alta só ocorreu no pregão seguinte) e pode ser justificado por uma atuação mais forte do capital estrangeiro (com a liquidação financeira em D+3). Ontem (dia de baixo volume na bolsa) o dólar abriu em alta, mas após o rompimento do suporte a queda se acentuou, talvez estimulada pelo "zeração" dos comprados que foram "estopados".
Amanhã tem a decisão do COPOM (após o fechamento dos mercados), mas hoje parece não haver mais motivos para o dólar cair. Ou tem? Apesar da forte integração entre os mercados de bolsa, câmbio e juros, as relações não são lineares. A complexidade é grande, não dá para concluir e fazer uma previsão confiável. Olhando para o gráfico, o viés continua baixista. Mas aqui também há divergência, os "contra a tendência" apostam na reversão da baixa. Seja fundamentalista ou grafista, sempre será mais fácil justificar o passado (como acabei de fazer!). Mas, "fazer uma previsão é muito difícil, especialmente sobre o futuro" (Niels Bohr - físico, precursor da mecânica quântica).

Veja o vídeo com a análise gráfica dos principais indicadores da Bovespa.

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