segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Medidas Heterodoxas




O aumento de 8% para 12% do compulsório em depósitos à vista e a prazo, e do compulsório sobre depósitos a prazo de 15% para 20%, deve retirar R$ 61 bilhões da economia a partir desta segunda-feira. A medida anunciada pelo BC antes da abertura dos mercados derrubou os contratos futuros de juros. O mais negociado, com vencimento em janeiro/12 fechou em baixa de -1,72%. O contrato vinha subindo com a expectativa de uma nova alta da taxa Selic. A reunião do COPOM acontece nesta quarta-feira (a última sob a presidência de Henrique Meirelles). A medida surpreendeu e agora o mercado aposta na manutenção da taxa.
O assunto juros e a medida "heterodoxa" do BC, lembra o filme "O Mercador de Veneza" baseado em uma peça de Shakespeare. Para conceder um empréstimo, o agiota (personagem de Al Pacino, na foto) não cobra juros, mas impõe uma condição absurda. O devedor (na verdade vítima de uma vingança) em caso de "default", deverá pagar a dívida com um pedaço da sua própria carne. No prazo combinado o infeliz não tem o dinheiro para quitar a dívida. Mas, por se tratar de uma condição "heterodoxa", um tribunal é convocado para decidir  se a condição será mesmo executada. O filme vale pela cena do julgamento.

Na sexta-feira o Ibovespa fechou em alta de +0,34% aos 69.527 pontos, e acumulou ganho de +2,26% na semana. As principais bluechips PETR4 (+1,18%) e VALE5 (+0,91%), e as ações do setor elétrico foram os destaques positivos. A medida de restrição de crédito do BC "pesou" nas ações de Bancos e do setor imobiliário, que lideraram as baixas. Nos EUA, o índice Dow Jones ganhou +0,17% apesar da frustração com os dados do "payroll", que vieram muito abaixo do esperado.


Veja o vídeo com a análise gráfica dos principais indicadores da Bovespa.

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